O arrebatamento é um assunto que desperta questionamentos, discussões e até controvérsias entre os cristãos. Para trazer luz a esse tema, vamos conhecer com profundidade o que as Escrituras realmente dizem, além de analisar de forma crítica e embasada as principais doutrinas relacionadas, suas raízes históricas e interpretações. Este estudo foi desenvolvido para ser compreensível por todos, com a finalidade de proporcionar uma visão clara e detalhada sobre o arrebatamento, fundamentada nas Escrituras.
O Que é o Arrebatamento?
Primeiramente, é importante entender o conceito básico do arrebatamento. Muitas pessoas já ouviram falar dele, seja por meio de filmes como Deixados para Trás (ou Left Behind), seja por ensinamentos populares no meio evangélico. A ideia central do arrebatamento é que, em um momento futuro, Jesus Cristo voltará para “arrebanhar” a igreja, ou seja, os verdadeiros cristãos, removendo-os da Terra antes do início de um tempo de intensa aflição, chamado de Grande Tribulação.
Segundo essa visão, o anticristo surgirá como um líder mundial carismático que dominará a Terra por sete anos, divididos em dois períodos de três anos e meio. Antes que ele exerça seu domínio pleno, a igreja seria arrebatada de forma secreta, desaparecendo repentinamente, deixando para trás as suas roupas e pertences, e causando caos entre os que ficaram.
Pré-Tribulacionismo e Pós-Tribulacionismo
Há diversas visões sobre quando ocorrerá o arrebatamento em relação ao período da tribulação. Os pré-tribulacionistas acreditam que a igreja será arrebatada antes dos sete anos de tribulação, ou pelo menos antes da metade desse período. Por outro lado, os pós-tribulacionistas acreditam que a igreja enfrentará a Grande Tribulação, passando por seus desafios e perseguições, sendo arrebatada apenas ao final desse período, próximo ao retorno glorioso de Cristo.
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A Origem Histórica da Doutrina do Arrebatamento
Um ponto importante a ser destacado é que a doutrina do arrebatamento, especialmente na forma como é popularmente ensinada hoje, é uma ideia relativamente recente na história do cristianismo. Ela não fazia parte dos ensinamentos de grandes reformadores como Lutero, Calvino, nem de tradições protestantes antigas, como os valdenses, cátaros, albigenses ou metodistas.
Conforme pesquisas históricas, essa doutrina teve origem com um padre dominicano chamado Francisco Ribera, que viveu no século XVI.
Ribera teria criado a ideia do anticristo como alguém que surgiria no futuro, afastando a interpretação protestante que via o anticristo no domínio papal. Essa visão foi sistematizada e ganhou força no início do século XX, especialmente através de autores como John Nelson Darby, que formalizou o dispensacionalismo, e C. I. Scofield, responsável por popularizar a Bíblia Anotada que leva seu nome, foi uma das figuras centrais na propagação dessa doutrina entre os evangélicos.
Portanto, o arrebatamento como doutrina do “arrebatamento secreto” e dos “sete anos de tribulação” é uma construção teológica recente, sem respaldo histórico nos primeiros dois mil anos do cristianismo.
A Volta de Jesus Segundo a Bíblia
Vale destacar que a Bíblia descreve a volta de Jesus como um acontecimento grandioso, cheio de poder e claramente visível a todos. Ele destaca passagens como a de Mateus, que fala da vinda do Filho do Homem com sinais cósmicos — o sol escurecendo, a lua sem brilho — e de toda a criação testemunhando esse momento. A ideia de que o arrebatamento seria secreto não encontra respaldo bíblico forte.
Em 1 Tessalonicenses, a palavra “arrebatados” (do grego harpazo) significa “ser tirado de um lugar elevado para outro”, e não necessariamente um desaparecimento invisível. Além disso, a própria descrição do Apocalipse mostra que Deus guardará seu povo durante a tribulação, protegendo-os no meio da provação, como a arca de Noé no dilúvio — não os retirando do mundo, mas preservando-os dentro dele.
A Grande Tribulação e a Perseverança dos Fiéis
A Grande Tribulação é retratada como um tempo de sofrimento extremo e sem igual, marcado por intensa perseguição do anticristo contra os discípulos de Cristo. Há quem defenda que a igreja passará por esse período, enfrentando seus desafios, e que, mesmo em meio ao caos, muitas pessoas ainda encontrarão a fé e se voltarão para Deus.
O Tempo da Volta de Cristo: Uma Esperança e um Aviso
É importante manter viva a esperança da volta de Jesus, que sempre esteve presente no coração dos cristãos. Embora esteja próxima, não nos cabe estabelecer datas, pois a Bíblia indica que o cumprimento das profecias pode ser adiado pela desobediência do povo de Deus. Um exemplo claro disso é a jornada de Israel no Êxodo: embora a saída do Egito devesse ser breve, o povo acabou vagando por 40 anos no deserto devido à sua incredulidade e falta de obediência.
Essa analogia serve para que os cristãos de hoje reflitam sobre sua própria caminhada de fé, compromisso e vigilância. A volta de Cristo pode estar próxima, mas é necessário estar preparado e firme, para não repetir os erros do passado.
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Um Chamado à Reflexão e à Preparação
O arrebatamento, da maneira que é interpretado por diversos teólogos e estudiosos do assunto, é um tema que requer estudo atento e reflexão bastante profunda. Ele nos leva a examinar as Escrituras com discernimento e sabedoria, questionando as doutrinas populares e buscando a verdade baseada tanto na Bíblia quanto na história.
Independentemente da sua posição sobre o arrebatamento, o essencial é manter a fé firme, estar preparado para a volta de Jesus e perseverar mesmo em meio às dificuldades. A esperança cristã não está em teorias ou datas, mas na certeza de que Cristo retornará com poder e glória, trazendo salvação a todos os que Nele creem.
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