Ao compilar uma lista dos povos mais implacáveis da história, é imperativo que o povo de Nínive seja reconhecido. A Bíblia, em sua narrativa, testemunha as atrocidades perpetradas por esses habitantes. Entre os relatos bíblicos mais notórios está a saga do profeta Jonas, cuja tentativa de escapar da missão divina de pregar aos ninivitas é amplamente conhecida.
Surge agora a pergunta: por que Deus queria destruir Nínive? E por que Jonas desejava tanto escapar daquelas pessoas? Neste estudo, vamos explorar quem eram os ninivitas, investigando as razões por trás de sua reputação cruel, e depois analisaremos o que aconteceu com eles e com a cidade.
Quem eram os ninivitas?
Os ninivitas eram os habitantes da cidade de Nínive, localizada na Síria, perto do rio Tigre. Nínive tinha uma história longa e variada, sendo uma cidade antiga de grande importância. Durante seu auge, foi estabelecida como a capital da Síria pelo Rei Senaqueribe.
O império assírio, ao qual pertencia Nínive, foi um dos maiores impérios da antiguidade e era uma verdadeira potência militar e administrativa, que se estendia por um vasto território que incluía regiões que hoje correspondem a parte do Iraque, da Síria e da Turquia.
Na posição de capital do império assírio, a cidade de Nínive também foi um importante centro cultural, artístico e religioso. O próprio livro do profeta Jonas destaca a grandeza daquele lugar e registra o quão numerosos eram os ninivitas. Logo na introdução desse livro, no capítulo 1, versículo 2, a cidade de Nínive é designada como uma grande cidade.
Portanto, principalmente a partir do século 8 antes de Cristo, os ninivitas foram cidadãos de uma verdadeira metrópole de sua época. Os ninivitas residiam em um centro religioso e administrativo que prosperava com o comércio, e devido aos seus lendários governantes, a cidade era conhecida por abrigar magníficos palácios e outras construções impressionantes.
A vida dos ninivitas
Nos livros de Jonas, Naum e Sofonias, a Bíblia apresenta informações fascinantes sobre a vida dos ninivitas. O sítio arqueológico na região da antiga Nínive e escritos antigos também fornecem detalhes importantes sobre como vivia o povo que habitou aquela terra.
Primeiro, os ninivitas eram muito idólatras. Parece que a vida na cidade de Nínive estava intimamente ligada ao culto à deusa da fertilidade e da guerra, Ishtar. Mas além dessa divindade, os ninivitas também adoravam a outros deuses, como Nabu. Segundo, os ninivitas, como parte do império assírio, ficaram muito conhecidos na história por sua crueldade.
Inclusive, no livro do profeta Naum, esse povo e sua cidade são apresentados como a personificação da crueldade, da brutalidade e do mal. Através de Naum, o Senhor falou de Nínive como uma cidade sanguinária, cruel, um centro de mentiras e de violência, um lugar onde não faltavam crimes. E de fato, as atrocidades cometidas pelos assírios em suas ofensivas mostram que eles estavam entre os povos mais brutais da antiguidade.
De acordo com registros históricos, há relatos de que os ninivitas se orgulhavam de executar suas vítimas e, em seguida, exibir seus corpos mutilados. Em certos períodos da história dos ninivitas, parece ter sido comum entre eles algumas práticas de tortura, como por exemplo, furar os olhos, esfolar pessoas vivas e arrancar partes dos corpos de seus prisioneiros, principalmente orelhas e narizes.
E além da violência física, parece que a injustiça social também era outra marca dos ninivitas. Portanto, o povo ninivita ficou conhecido por sua desonestidade, arrogância, impiedade e falta de escrúpulos. Eles eram muito materialistas e tinham um desejo insaciável por poder e domínio. Eles recorriam às guerras como meio de sustentar esse estilo de vida impiedoso e brutal.
A história de Jonas e os ninivitas
Na época em que o profeta Jonas viveu, a cidade de Nínive estava muito poderosa e tinha um exército assustador. Mas Deus mandou Jonas ir lá e avisar as pessoas, porque elas estavam fazendo muitas coisas ruins. Jonas não queria ir porque tinha medo.
Na verdade, Jonas sabia que ao anunciar a punição divina aos ninivitas, estava dando a eles a chance de se arrependerem de seus maus caminhos. Como fazia parte de um povo constantemente ameaçado pelos assírios, Jonas preferia que os ninivitas fossem destruídos.
O profeta Jonas pode ter pensado que se os ninivitas se salvassem, isso poderia significar problemas para o seu próprio povo. Mas, mesmo relutante, Jonas não teve escolha senão obedecer a Deus e ir para Nínive. Quando ele finalmente chegou lá, ele pregou a mensagem que Deus lhe deu. E a Bíblia conta que os ninivitas ouviram Jonas, se arrependeram de seus pecados e pararam de fazer coisas ruins.
De fato, o Senhor não destruiu aquela cidade, o que nos mostra que até mesmo as pessoas mais más podem ser alcançadas pela graça de Deus. Ele é o soberano e decide quem receberá sua misericórdia. Jonas e o povo de Israel precisavam entender isso, mas não foi fácil, especialmente porque os ninivitas, pouco tempo depois, atacaram e destruíram o reino de Israel, levando muitas pessoas para o exílio. O que Jonas temia acabou acontecendo. Mas Deus tem Seus planos, e nós só podemos confiar na Sua vontade.
O fim dos ninivitas
Alguns questionam se o relato dos ninivitas no livro de Jonas é histórico ou uma parábola. No entanto, Jesus Cristo confirmou o arrependimento dos ninivitas, indicando que é um registro histórico e profético.
Os ninivitas responderam ao chamado ao arrependimento, mas com o tempo voltaram ao erro. Os profetas Naum e Sofonias profetizaram a vingança de Deus contra eles, que não seria revertida.
O livro do profeta Naum fornece um quadro detalhado da severidade do juízo de Deus que haveria de abater aquele povo. Em um trecho de sua profecia, nós lemos o seguinte: “Estalo do chicotes, o barulho das rodas, o galope dos cavalos, o sacudir dos carros de guerra. Cavaleiros atacando, espadas reluzentes e lanças cintilantes. Muitos mortos, montanhas de cadáveres, corpos sem conta. Gente tropeçando por cima deles.” E assim, a majestosa e grandiosa cidade de Nínive caiu em 612 antes de Cristo diante dos medos e caldeus, que se juntaram e atacaram a cidade.
A população de Nínive foi massacrada, deixando esqueletos amontoados no sítio arqueológico da cidade, sem sequer serem enterrados. Com o passar do tempo, as ruínas de Nínive foram abandonadas, e em menos de dois séculos após sua destruição, o local tornou-se tão desolado que era difícil reconhecer que ali um dia existira uma grande cidade.
Conclusão
Em resumo, os ninivitas eram conhecidos por sua crueldade e violência, vivendo em um ambiente de idolatria e práticas desumanas. No entanto, o relato do profeta Jonas na Bíblia mostra que, mesmo entre os mais perversos, a graça de Deus pode alcançar. Embora Nínive tenha tido um fim trágico, essa história nos lembra do poder transformador de Deus, mesmo em meio à injustiça e crueldade. Podemos aprender com a queda dos ninivitas e buscar retidão e misericórdia em nossas vidas.
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