Shalom e bem-vindos de volta ao nosso espaço! Hoje, vamos conhecer a vida de um dos personagens mais controversos da história de Israel: o Rei Herodes, conhecido como Herodes, o Grande. Sua fama não vem apenas das suas construções grandiosas, mas também de seus atos cruéis, como o massacre dos inocentes, onde ordenou a morte de todos os meninos de até dois anos em Belém. Vamos mergulhar na história e na loucura desse rei que deixou uma marca indelével na Terra Santa.
Mais de um Herodes
Antes de falarmos sobre Herodes, o Grande, é importante destacar que houve mais de um Herodes. No total, pelo menos seis reis diferentes usaram esse nome. O foco de hoje é Herodes, o Grande, mas seus filhos e netos, como Herodes Antipas, também desempenharam papéis significativos na história. Por exemplo, foi Herodes Antipas quem mandou decapitar João Batista e trouxe a cabeça dele em uma bandeja de prata. Como diz o ditado, “a fruta não cai longe da árvore”.
A Ascensão de Herodes, o Grande
Herodes nasceu em 72 a.C. em Edom, também conhecido como Idumeia, uma região vizinha de Judá. Seu pai, Antipater, era idumeu, e sua mãe, Cyprios, era uma princesa árabe da cidade de Petra. Embora não fosse originalmente parte do povo de Israel, o avô de Herodes se converteu ao judaísmo, o que permitiu que sua família fosse vista como judia. Essa linhagem será crucial para a sua ascensão ao poder.
Em 63 a.C., o Império Romano conquistou a região de Israel e escolheu a família de Herodes para governar. Em 47 a.C., ele se tornou governador da Galileia. No entanto, suas ambições iam além desse cargo. Ele convenceu os romanos a nomeá-lo Rei de toda a região. Como ele fez isso? Herodes sabia que os judeus não gostavam de ser governados por estrangeiros, especialmente romanos. Ao se apresentar como um “judeu”, ele conseguiu o apoio dos romanos, que o viam como um de sua linhagem pagã. Assim, em 40 a.C., os romanos o proclamaram Rei de toda Israel, dando-lhe o título de “Rei dos Judeus”.
Um Rei Impopular
Apesar de seu título, Herodes não era popular entre os judeus. Durante seu governo, ele matou milhares de judeus e era visto como um traidor, aliado aos romanos. Além disso, ele trouxe práticas pagãs para Israel, como estátuas e ídolos, e construiu templos pagãos. Um dos momentos mais controversos foi quando, ao reformar o Templo de Jerusalém, ele colocou uma águia de ouro na entrada, um símbolo pagão que representava Roma, o que irritou ainda mais o povo judeu.
Para tentar ganhar a legitimidade, Herodes se casou com Mariamne, uma membro da família real dos Hasmoneus. Essa família era a última dinastia independente antes da conquista romana. Para garantir sua posição, Herodes mandou matar muitos dos membros da família de Mariamne e se casou com ela na esperança de que seus filhos fossem considerados legítimos herdeiros do trono. Curiosamente, ele já tinha uma esposa e um filho, que foram exilados para que ele pudesse se casar com Mariamne. Essa relação, como você pode imaginar, não terminaria bem.
Construções Grandiosas
Um dos legados mais marcantes do reinado de Herodes foi sua obsessão por construir. Ele construiu mais do que qualquer outro rei de Israel. Entre suas obras estão Caesarea Marítima, um porto monumental e uma cidade à beira-mar, e a famosa ampliação do Templo de Jerusalém, que tinha meio quilômetro de comprimento e, na altura, equivaleria a um prédio de vinte e um andares, tudo isso sem o uso de cimento.
Outra obra icônica foi Masada, uma fortaleza construída no topo de uma montanha no deserto. Esse projeto imponente reflete a paranoia de Herodes, que temia constantemente por sua segurança e acreditava que pessoas estavam sempre tramando sua derrubada. Masada foi erguida como um refúgio impenetrável, onde ele poderia se esconder em caso de ataque.
Paranoia e Tragédia Familiar
Herodes era extremamente paranoico, o que o levou a tomar decisões drásticas. Ele começou a suspeitar que sua esposa Mariamne estava conspirando contra ele e, em um acesso de fúria, a mandou matar. A lenda diz que, após sua morte, ele a colocou em um caixão cheio de mel, mantendo-o em seu castelo. A loucura não parou por aí; ele também começou a matar seus próprios filhos, temendo que eles buscassem vingança pela morte da mãe.
O imperador romano chegou a dizer que era melhor ser um porco de Herodes do que seu filho, uma clara indicação de como ele tratava sua própria família. Essa paranoia culminou na famosa narrativa bíblica em que, ao saber do nascimento de Jesus, Herodes ordena a morte de todas as crianças até dois anos em Belém, refletindo seu caráter sanguinário.
Legado e Morte
Como sabemos tanto sobre a vida de Herodes? Grande parte das informações vem de Flávio Josefo, um historiador que viveu após a época de Herodes e documentou seus feitos e a forma como desejava ser lembrado. Além de suas construções, Herodes queria ser lembrado como o patrocinador oficial dos Jogos Olímpicos, um feito que alcançou em 12 a.C.
Nos últimos dias de sua vida, Herodes enfrentou uma doença terrível, descrita como “O Mal de Herodes”, que o deixava em dor constante e com um hálito fétido. Para garantir que seu falecimento causasse luto, ele ordenou que milhares de jovens fossem reunidos e mortos no dia de sua morte. Contudo, seus filhos não seguiram essa ordem, mostrando que ainda havia um pouco de sensatez na família.
Após sua morte, seu corpo foi levado para Herodion, uma de suas magníficas construções, que era uma montanha artificial com um palácio e um mausoléu. Infelizmente, o mausoléu foi posteriormente destruído, e seu sarcófago, encontrado mais tarde, agora está no Museu de Israel, mas sem os ossos.
Reflexão Final
Assim termina a história de Herodes, um rei megalomaníaco e paranoico que deixou um legado de construções impressionantes e uma história marcada pela violência e loucura. O título “Herodes, o Grande” é merecido ou não? A história nos oferece muito para refletir sobre o poder, a ambição e as consequências das ações de um homem que buscou ser lembrado a qualquer custo.
Espero que você tenha gostado de conhecer um pouco mais sobre a vida e a loucura de Herodes. Um grande beijo e até a próxima!
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