A História da Igreja Evangélica no Brasil

A História da Igreja Evangélica no Brasil

Hoje você vai descobrir a história da igreja evangélica no Brasil de uma maneira que pode ser nova para você. Vamos explorar como foi desafiadora a introdução do protestantismo no Brasil, enfrentando a resistência do catolicismo romano. Tenho certeza que até o final desse estudo você será edificado com a história. Todo o conteúdo que vamos abordar aqui está presente no livro “Panorama da história cristã“, escrito pelo Pastor Hernandes Dias Lopes.

 

A Chegada dos Primeiros Sacerdotes Católicos Romanos

Quando Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil em 1500, aqui foi fincada uma cruz e celebrada a primeira missa. No entanto, os primeiros sacerdotes católicos romanos que vieram para o Brasil não lograram êxito por causa da vida escandalosa que viviam. Em 1534, foi fundada por Inácio de Loiola e sancionada em 1554 pelo Papa Paulo I, a companhia de Jesus, ferrenha nos seus objetivos de combater a reforma, com grande empenho catequético. Em 1549, a Companhia de Jesus enviou os primeiros Jesuítas ao Brasil. O Padre Manuel da Nóbrega foi um deles, e sua chegada marcou o estabelecimento definitivo do catolicismo romano no país.

 

A 1ª Tentativa de introduzir o Protestantismo no Brasil

Em 1557, chegou ao Brasil uma expedição comandada pelo francês Nicolas Duran De Ville ganon, vice-almirante da Bretanha, tendo como pretensão fundar uma colônia francesa em terras austrais brasileiras pertencentes a Portugal. Foi a partir da chegada de Ville ganon que ocorreu A 1ª Tentativa de introduzir o Protestantismo no Brasil. Ville ganon em 1557 mandou cartas a João Calvino em Genebra, pedindo-lhe que enviasse ao Brasil missionários reformados.

No dia 7 de março de 1557, aportaram no Rio de Janeiro 14 missionários huguenotes que viram seu trabalho florescer. Muitos colonos e indígenas converteram-se a Cristo. Logo que chegaram, começaram uma igreja e no dia 21 de março de 1557, celebraram pela primeira vez no Brasil a ceia do Senhor. No entanto, o governador, ex-frei Jean Quent, acadêmico da Sorbonne e ainda papista, começou a criticar os ministros calvinistas.

Ville ganon tomou o partido do papista, deixou de frequentar os cultos e absteve-se de comer com os pastores na mesma mesa. Ville ganon e Quent suspenderam o culto e decidiram não mais se submeter a Genebra, mas sim a Sorbonne. A partir desse momento, iniciou-se a perseguição à igreja calvinista.

Ville ganon, cognominado o Caim da América, já havia traído os colonos que tinham vindo com ele para o Brasil, obrigando-os ao trabalho escravo. Muitos desses colonos foram presos, torturados e escravizados. Os missionários protestantes também foram traídos por Ville ganon. Nove deles conseguiram retornar à França. Os cinco que não conseguiram viajar, por causa de uma tempestade e da escassez de alimentos, foram considerados espiões.

Ville ganon pediu que em 12 horas eles escrevessem sua Confissão de Fé. Chamados à sua presença para confirmarem ou negarem a fé, intrépidos, permaneceram firmes enquanto Jand Burdel, autor da confissão, recebeu uma bofetada no rosto, fazendo jorrar sangue da boca e do nariz.

Em 9 de fevereiro de 1587, Ville ganon ordena a execução de Théodore de Bèze. Burdel é levado ao cadafalso, de joelhos ora, e o carrasco o estrangula, atado de pés e mãos. Burdel é jogado ao mar ainda com vida. Segue-se Mateus Vernil, rogando que lhe poupem a vida e fosse feito escravo. Ville ganon respondeu que ele valia menos que o Ouro do Caminho. Então, asfixiado, ele clama: “Senhor Jesus, tem piedade de mim”. Pierre Bordon também foi sufocado, estrangulado e jogado às ondas. Ville ganon advertiu toda a sua gente a abandonar a crença dos reformadores, do contrário teriam o mesmo destino.

O último deles, Jaques le Bé, teólogo versado na língua espanhola, no latim, no grego e no hebraico, foi enforcado pelo Padre José de Anchieta em 20 de janeiro de 1567, por ordem do terceiro governador geral, Mem de Sá. Assim, a truculência e a intolerância religiosa abortaram a primeira tentativa de implantação da igreja evangélica no país.

 

A 2ª investida para introduzir o protestantismo no Brasil.

A segunda tentativa de evangelizar o Brasil se deu no século XVII, no nordeste, pela igreja reformada holandesa. Os holandeses se estabeleceram em Pernambuco em 1600, com Maurício de Nassau. A seu convite, chegaram ao Brasil em 1637 oito missionários. Eles fundaram igrejas em Recife e Olinda, e também nos estados da Paraíba e Ceará.

Realizaram intensa obra educacional e filantrópica, cooperando com Maurício de Nassau na criação de escolas, hospitais e orfanatos. A igreja cresceu, foram organizados presbitérios e sínodo. No entanto, a oposição romana foi intensa, insuflando o ódio dos políticos contra os missionários. O fanatismo religioso levou muitos crentes às prisões, outros foram torturados e não poucos morreram como resultado dessa perseguição. Os holandeses precisaram retirar-se do Brasil em 1654. Após essa retirada, os Jesuítas entraram em campo para neutralizar e anular o trabalho protestante, no que lograram êxito. Assim, mais uma vez, fracassou a tentativa de implantar o protestantismo no Brasil.

 

O Período da Inquisição no Brasil

No século XVIII, nenhum portador das Boas Novas aportou nestas plagas. Foi um tempo de densas trevas, o século do prevalecimento do obscurantismo religioso e da truculência da Inquisição. A inquisição, que tantas vidas ceifou na Europa, não esteve ausente do Brasil. O período de maior perseguição se deu entre 1704 e 1767. Em 1713, foram sentenciados 66 colonos do Brasil e condenadas 31 mulheres, não por heresias, mas por terem o sangue judeu. O antissemitismo já era uma realidade sombria naquela época. Em 1714, 25 crentes foram sentenciados, dentre estes, 11 mulheres.

Dois dos sentenciados eram cristãos-novos, convertidos de 67 anos de idade. Um deles foi esfolado até ficar em carne viva. Em 1720, Teresa Paz de Jesus, de 65 anos, foi queimada viva na fogueira por causa de sua fé evangélica. Varnhagen, ilustre historiador, diz que os condenados pela inquisição em Lisboa, oriundos do Brasil, foram 540 pessoas, das quais 450 presas em território brasileiro. Desse grupo martirizado pela sua fé, um terço era de brasileiros natos. Nesse tempo, as pessoas eram proibidas de ter culto evangélico em suas casas. Aqueles que ousavam contrariar essa ordem eram mortos.

 

A Liberdade Religiosa no Brasil

Melhores dias raiaram no século XIX. Pelo Tratado de Comércio outorgado à Inglaterra em 1810 por Dom João VI, bem como pela constituinte de 1823 e pela carta constitucional dada em 1824 por Dom Pedro I, ficou assegurada no Brasil a liberdade religiosa. Quero apresentar pela ordem cronológica as oito primeiras igrejas que se estabeleceram no Brasil.

 

As Primeiras Igrejas no Brasil

A primeira foi a Igreja Anglicana, que chegou ao Rio de Janeiro em 1819 com o Reverendo Lord Strangford. A segunda foi a Igreja Metodista, que chegou ao Rio de Janeiro em 1836 com o Reverendo Justin Spalding. Ele organizou na cidade uma animada congregação de 40 pessoas. Entre os colonos vieram depois o Reverendo Daniel Kidder e o Sr. Merdy e sua esposa. Eles derramaram no Brasil grandes quantidades de Bíblias, Novos Testamentos e tratados religiosos.

A terceira foi a Igreja Luterana alemã, que chegou ao Brasil em 1845 com o Reverendo Newman. Porém, já em 1824, havia luteranos alemães na região de Alto Jequitibá, em Minas Gerais.

A quarta foi a Igreja Congregacional, que chegou ao Rio de Janeiro em 1855 com o Reverendo Robert Cley e sua esposa, Sarah Polton Cley, grande compositora e autora de muitos hinos que cantamos ainda hoje.

A quinta foi a Igreja Presbiteriana, que chegou ao Rio de Janeiro em 1800 com o Reverendo Ashbel Green Simonton. Ele veio para o Brasil aos 26 anos de idade, e seu ministério durou apenas 8 anos, até sua morte.

A sexta foi a Igreja Batista, que chegou a Salvador em 1881 com os pastores William Buck Bagby e sua esposa Annie Luther. Junto com o casal também missionário Zacarias Taylor e Kate Stevens Crawford Taylor e o ex-padre Antônio Pereira de Albuqurque, organizaram nessa cidade em 1882 a primeira Igreja Batista do Brasil. Hoje, os Batistas somam mais de 2 milhões de membros em nosso país.

A sétima foi a Igreja Episcopal, que chegou a Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 1890 com os reverendos Lucian Lee Kin Solving e Watson Morris.

A oitava foi a Igreja Assembleia de Deus, que chegou a Belém, no Estado do Pará, em 1910, depois da explosão pentecostal nos Estados Unidos em 1906. Hoje, a Assembleia de Deus conta com mais de 10 milhões de membros. Depois disso, muitas outras igrejas pentecostais se estabeleceram no Brasil, entre elas a Igreja Pentecostal Unida, que teve início no ano de 1957 na cidade de Porto Alegre, sob a responsabilidade do Missionário Samuel Baker.

Mais tarde, houve uma explosão de crescimento das igrejas neopentecostais, sendo as principais o Brasil para Cristo, fundada por Manoel de Melo; Deus é amor, por Davi Miranda; Igreja Universal do Reino de Deus, por Edir Macedo; Igreja Mundial do Poder de Deus, por Valdemiro Santiago; e Igreja Internacional da Graça de Deus, por RR Soares.

 

Os Desbravadores da Evangelização Nacional

A evangelização do Brasil passou pelo ousado e abnegado trabalho dos colportores, que viajaram o Brasil de norte a sul e de leste a oeste, a pé ou em lombo de animais, carregando cargas de Novos Testamentos, folhetos, Bíblias e livros evangélicos. O Reverendo Frederick Glass, o maior gigante da colportagem no Brasil, percorreu mais de 8.000 km a cavalo ou a pé, vendendo Bíblias, pregando, polemizando e levando vidas a Cristo.

Nessas viagens, esses evangelistas da evangelização nacional sofreram emboscadas, tocaias e bárbaras perseguições. Até mesmo os capangas do Rei do Cangaço, Virgulino Ferreira, cognominado Lampião, foram abordados pelos colportores nessa empreitada de consequências eternas. Os heróis de Deus jamais recuaram, enfrentaram homens maus, feras, doenças, epidemias e adversidades de toda sorte para levar a palavra de Deus aos palácios e aos homens das às cidades e aos habitantes do campo, deixando um legado de prosperidade e um modelo a ser emulado.

 

Perseguições aos Protestantes

Em vários lugares de nossa pátria, a grei protestante enfrentou duras perseguições. Multidões enfurecidas, incitadas pelos padres, frequentemente se revoltavam contra os fiéis, incendiando igrejas, destruindo Bíblias e causando consideráveis tumultos. O Reverendo Matatias Gomes dos Santos enfrentou em Alto Jequitibá, Minas Gerais, perseguidores fanáticos. Ele resistiu com homens armados e oração.

Por isso, foi chamado de “o Neemias da Zona da Mata”. A Igreja Presbiteriana de Santa Margarida, em Minas Gerais, foi alvo de uma chuva de pedras como manifestação de descontentamento, enquanto os fiéis, reunidos em conferências evangelísticas, entoavam com fervor “Chuvas de Bênçãos teremos sim, é a promessa de Deus”. A Igreja Presbiteriana de São José do Calçado, no estado do Espírito Santo, foi organizada em 10 de março de 1907 e incendiada por uma turba insuflada pelo padre Tomás C. Dias dias depois da inauguração.

Em 1921, o padre Oto Maria atiçou o povo contra o pastor André Jen em Aparecida do Norte, São Paulo. O pastor foi preso enquanto o templo evangélico foi incendiado com a cumplicidade das autoridades locais. Foram muitas e bárbaras as perseguições dos seguidores e capangas do famoso Padre Cícero Romão Batista de Juazeiro do Norte, no Ceará, causando estragos e baixas nas frentes evangélicas. Também, o Frei Damião, na Paraíba, perseguiu com fúria os protestantes.

 

A Implantação da Igreja Evangélica no Brasil

Este é apenas um pequeno resumo da saga do povo evangélico nesta terra. Que possamos honrar nossos pais na fé e continuar hasteando o pendão real do Evangelho. A implantação da igreja evangélica neste país foi feita com oração, trabalho árduo, lágrimas, sangue e morte. Cumprindo o que diz o Salmo 126, verso 6: “Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes”. Agora eu te pergunto, estamos nós alvos do ardor missionário de outros povos, dispostos a investir, agora, para que outras nações não alcançadas sejam ganhas para Jesus?

Desejo que Deus possa nos capacitar para que sejamos hoje instrumentos e cooperadores de Deus nesta empreitada de consequências eternas. Espero que você tenha aprendido sobre a história da igreja evangélica no Brasil. Tentei abordar aqui os principais fatos da história. Deixe seu comentário sobre o que você achou. Se você ainda não aceitou Jesus como seu Salvador, ainda dá tempo. Arrependa-se, ele pode mudar seu futuro, sua história.

Ele pode tirar de você toda a tristeza, toda solidão e te proporcionar o que você precisa. Entra no teu quarto, feche a porta e fala com Deus, ele vai te ouvir. Depois disso, procure uma igreja com boa reputação, que esteja pautada na palavra de Deus, e congregue com os irmãos para cumprir a unidade da fé e a edificação do corpo de Cristo. Se você gostou do estudo, não esqueça de ativar as notificações dos novos estudos e se inscrever no canal Filhos da oração . Deus abençoe sua vida.

 

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