Esaú foi o primeiro filho nascido da união entre Isaque e Rebeca, e irmão gêmeo de Jacó. Ele aparece pela primeira vez na Bíblia no capítulo 25 do livro de Gênesis, que registra a genealogia de Isaac. É importante entender quem foi Esaú para que possamos compreender uma parte fundamental da origem do povo de Israel, já que seu irmão Jacó, a quem ele negociou o direito a sua primogenitura, acabou sendo o pai das doze tribos israelitas. Então hoje vamos conheceremos tudo o que a Bíblia diz sobre quem foi Esaú.
O Nome de Esaú
Não é possível afirmar com exatidão o significado do nome Esaú, mas é certo que esse nome tem a ver com as características de seu nascimento. No livro de Gênesis 25:25, está escrito que Esaú nasceu ruivo e cabeludo, e por isso deram esse nome a ele. Alguns comentaristas sugerem que talvez o significado do nome Esaú não estivesse relacionado diretamente ao fato de ele ter nascido peludo ou à cor do seu cabelo, mas à sua natureza animalesca. Seja como for, o que realmente a Bíblia diz é que Rebeca enfrentou dificuldades para engravidar, mas num determinado momento Deus lhe abriu a madre e ela engravidou dos gêmeos Esaú e Jacó.
A Personalidade de Esaú
O texto bíblico descreve Esaú como um habilidoso caçador que vivia percorrendo os campos. Sua personalidade contrastava drasticamente com a de seu irmão Jacó, que é descrito na Bíblia como uma pessoa calma que vivia entre as tendas. A Bíblia também diz que Isaque gostava muito de comer das caças que seu filho Esaú lhe trazia. Talvez pelo favoritismo do pai por um dos filhos e a brecha que esse comportamento causava no convívio familiar, Rebeca amava mais a Jacó.
A Negociação da Primogenitura
O ponto alto da história de Esaú na Bíblia é o episódio em que ele negociou a sua primogenitura. Naquela época, o primeiro filho tinha a posição de honra dentro da unidade familiar, desfrutando de um status privilegiado e a responsabilidade de ser o protetor e líder da família. O primogênito tinha o direito de receber uma porção dobrada da herança paterna. Além disso, por se tratar da família de Abraão, havia também a questão da herança do pacto abraâmico. Ao desprezar sua primogenitura, Esaú também mostrou o desprezo pelas bênçãos da aliança com Abraão e pelas promessas de Deus.
A Astúcia de Rebeca
Quando chegou o momento de Isaac dar a sua bênção patriarcal, Rebeca agiu com muita astúcia e arquitetou um plano para que Jacó recebesse tal bênção no lugar de Esaú. Jacó preparou um guisado vermelho, e quando Esaú pediu para comer, Jacó aproveitou a oportunidade para explorar sua miséria e propôs a venda de sua primogenitura. Isaac percebeu que havia sido enganado por Jacó e contou a Esaú que ele acabara de perder sua bênção.
O Remorso de Esaú
Esaú ficou muito triste com o que aconteceu, pediu ao pai uma bênção e culpou Jacó por toda aquela situação. Porém, a bênção que foi dada a Jacó não podia mais ser revertida. Inclusive, mais tarde no Novo Testamento, o escritor do livro de Hebreus enfatizou que Esaú foi incapaz de se arrepender verdadeiramente. Esaú sentiu apenas o remorso, ou seja, o remorso externalizado por uma lamentação que não tinha a ver com seu próprio erro, mas com as consequências prejudiciais desse erro. Em nenhum momento ele sentiu contrição, que é o profundo e verdadeiro arrependimento pelo erro cometido.
A Ira e o Perdão de Esaú
Com ódio em seu coração, Esaú prometeu matar seu irmão Jacó, levando-o a fugir para longe. Anos mais tarde, quando Jacó retornou da Mesopotâmia, os dois irmãos se reencontraram numa cena comovente. Jacó estava preocupado com o reencontro e por isso pediu a Deus que acalmasse a raiva de Esaú. No momento do encontro, Esaú estava liderando 400 homens armados, mas demonstrou afeto e misericórdia, abraçando e perdoando o seu irmão. Àquela altura, Esaú não desejava mais se vingar.
O Povo de Edom
A Bíblia fala sobre os descendentes de Esaú, que ficaram conhecidos como edomitas. Os edomitas e os israelitas, povo de Israel, sempre estiveram travando lutas e batalhas. Os dois grupos se odiavam e se desprezavam reciprocamente. Essa atenção ocorreu desde o reinado de Davi e estendeu-se até o período posterior ao cativeiro babilônico.
O Legado de Esaú
Não há informações sobre o que aconteceu depois na vida de Esaú. Posteriormente, seu nome é mencionado nos livros de Deuteronômio, Josué e em uma lista genealógica no primeiro livro de Crônicas. Além disso, ele também é mencionado nas profecias dos profetas Jeremias, Obadias e Malaquias.
No Novo Testamento, Esaú é mencionado para explicar o significado da escolha divina de Jacó em vez dele. O apóstolo Paulo relembra que Deus amou Jacó, mas rejeitou Esaú. Isso não configurou nenhuma injustiça da parte de Deus, pois Deus não deve nada a homem algum. Se Deus se compadece de alguém, isso é graça pura. O importante é que Deus é glorificado tanto na manifestação da sua ira quanto na manifestação da sua misericórdia.
Esaú foi uma figura importante na história bíblica. Ele foi o filho primogênito de Isaque e Rebeca, e irmão gêmeo de Jacó. Sua personalidade contrastava com a de Jacó, e ele acabou negociando sua primogenitura por um ensopado vermelho preparado por Jacó. Apesar dos conflitos e arrependimentos, Esaú demonstrou perdão e afeto ao reencontrar seu irmão. Seus descendentes, os edomitas, entraram em conflito com os israelitas ao longo da história. Apesar disso, a Bíblia nos ensina que Deus tem um propósito em todas as coisas, e sua soberana escolha é manifestada tanto na rejeição de Esaú quanto na eleição de Jacó. Conheça a maior e melhor academia teológica do Brasil Clicando Aqui.